Império Terra

Sabes, império Terra, estou farta de muita coisa. Estou farta das pessoas não entenderem realmente o que é sentir. Estou farta de ver peitos rasgados, com corações retirados. As pessoas esqueceram-se, agarraram a preguiça e envolveram um mundo de não sentimentalismo. Mas, sabes, não vou ficar desse lado. Eu ainda sou do tempo em que podia agarrar a mão da melhor amiga, correr um jardim de relva verde, cair e rebolar na areia, ficar deitada a dar nomes às nuvens. Ainda sou desse tempo, ó império Terra! E não vou mudar hoje, só porque o mundo virou circo sem palhaço: não vou. Não vou enquanto amar, enquanto souber que o coração que tenho no peito ainda bate. Eu amo, e orgulho-me de poder erguer a mão aos céus com muitos corações de orgulho carregados, protegidos, sobrevalorizados, aos meus ombros. Porque, enquanto os carregar, não vou deixar mais ninguém os enforcar nos problemas desta sociedade malévola.