Ninja?


"- É esquisito que estejam assim tão longe - murmurou Diego, e apercebi-me da tensão na voz dele.
- Ou assustador - resmunguei.
Ele apertou-me a mão.
- Na boa. O clube dos ninjas sabe lidar com tudo.
- Já pensas-te num aperto de mão secreto?
- Estou a trabalhar nisso - prometeu ele.
(...)
Nisto, a cerca de 100 quilómetros mais para oeste do que o nosso perímetro habitual, demos com a casa. Era impossível não dar, com tanto barulho. Bum bum bum da aparelhagem, a banda sonora dos jogos vídeo, os rosnidos. Era completamente a nossa malta.
Soltei a mão e Diego olhou para mim.
- Ouve, eu nem sequer te conheço - disse eu, em tom brincalhão - Não tive uma única conversa contigo, com a água toda em que estivemos metidos o dia todo. Tanto quanto sei, podes ser ninja ou podes ser vampiro.
Ele sorriu.
- O mesmo se aplica a ti, estranha.
Depois, depressa e baixinho, ele disse:
- Faz as mesmas coisas que fizes-te ontem. Amanhã à noite vamos sair juntos. Fazer reconhecimento do terreno, descobrir mais do que se está a passar.
- Parece-me boa ideia. Bico calado.
Ele aproximou-se e beijou-me - apenas um beijinho, mas em cheio na boca. O choque repercutiu-se pelo meu corpo todo. Depois ele declarou, «Vamos a isto», e desceu a encosta da montanha, na direcção do barulho roufenho, sem olhar para trás. Já estava a fazer o seu papel.
Algo aturdida, segui-o alguns metros atrás, lembrando-me de deixar a mesma distância que mantinha-mos entre nós que mantinha habitualmente de qualquer um dos outros."

(Diego e Bree)
A breve segunda vida de Bree Tanner, Stephenie Meyer