Não quero SER!


Porque é que tenho medo de crescer? Sim, porque eu tenho esse medo. Tenho medo de dar um passo em falso aquando a passagem do mundo da aventura, da ilusão, das loucuras da adolescência para aquele mundo tão cinzento dos adultos.
Quem me lê, até deve achar que estou amedrontada com toda a gama de gente "grande" que me rodeia: não, nada disso. Simplesmente, enveredo-me cada vez mais entre mares de rapaziada da minha idade, que de nariz em pé já sabe criticar, já faz grupos, já diz mal daquele e do outro, já goza com a alegria de um abraço de amizade, já se acha muito "alto" para as brincadeiras e importâncias das "crianças" que ainda vivem.
Mas eu... eu não quero ser assim.


Quero ser, não criança, mas algo cujo pensamento não seja tão díspar daí. Porque quero continuar a abraçar os momentos, a deixar os olhos brilhar para os sonhos, a ver nas pessoas coisas que admiro e não coisas que critico com espadas de invejas e egoísmos. E pronto... que me chamem ingénua, que me chamem inocente. Porém, desenganem-se todos, pois não concordo: apenas tenho olhos que vêem, que compreendem sem juízos, que até sorriem, mas que não seguem as pisadas dos erros dos outros.


Porque... as crianças nunca estão num mundo paralelo ao problema. Apenas compreendem-no, e sabem torná-lo bem mais simples, num mundo as pessoas nascem para vê-lo complicado.