Stand By

"Deixa-te cair." - digo, enquanto espero amparo.
Sou, sim, amparada pelo chão de verdes. Deitada entre ervas, revejo um horizonte definido, revejo um azul não atingido. Estico as mãos, elevo-as, abro-as, quero pegar o céu.
"Porra, já tive a sensação que te tive."
E caem-me novamente membros, estico-me em terra, suja e castanha. Deixo o céu escurecer. Perco-me em trevas, desligo-me do coração, cubro saudades, atenuo sentimentos. Deixo assim, em stand by, até me esquecer de tal e ser flashada por tudo, ser ricocheteada pela dor, imperiosa, insensível. Repassar em mente tanto, repassar em mente nada, não saber, querer saber, ser, não ser, sentir, doer.

Chorar. Agarrar o Peito. Chorar. Stand By. Flash. Dor. Chorar. Agarrar o Peito. Chorar. Stand By.

Solitude

Solidão? Qual a tua aposta, ó leitor: ela existe, rodeando as pessoas, as suas cabeças, os seus corações pregados a saudade ou, pura e simplesmente, é fruto do enjoo matinal de cada um de nós? Efectivamente, num mundo de milhões, as teorias recriaram-se sobre tal, formando torres cada vez mais altas mas que, sinistramente, nunca chegaram a um ponto comum.

O nosso primeiro momento de solidão...? Quando nascemos. Despregados de um tudo, ficamos no nada. Vazio, estranho, oco, frio, cinzento, assustador, berramos por tal. Mas ele persiste. Depois passamos a ter mãos, passamos a ter toalhas enroladas, passamos a ganhar sorrisos, passamos a ter aquele bibe bordado pela mamã, passamos a ter sussurros, passamos a ter vestidos, passamos a ter beijos, passamos a ter caras, passamos a ter mundos nossos. Passamos a ganhar também carradas de porrada de vez em quando.

Então, acordamos na cama. Esticamos os braços e, uau, o nosso mundo! Mas, o nosso mundo cabe entre os nossos braços, é tão pequeno, "vazio, estranho, oco, frio, cinzento, assustador, e berramos por tal". Onde está o resto?

Não, não concordo com a solidão. Porque a solidão está entre braços, não entre corações. A solidão cabe-nos nos braços, mas não entra no coração. A solidão é palavra adjacente mas, não, não temos num mundo complanar ao nosso também esses todos milhões, essas carradas de formigas em planeta terrestre. Temos AS. Temos não ESSAS, mas AS. E só as AS importam, não ESSAS carradas, mas AS nossas carradas.

Agora: levanta, levanta - sim - da cama!

Linked


Hello, hello, I'm in love with
{ this blog }
(que, por si, é dono desta maravilhosa ilustração).

Oh NáNá, What's My Name?

{ Ás vezes penso se não devia mudar o nome do meu blog
para uma identificação mais concreta. Ú, ú. }

Never Say Never

Isto sou eu. Nunca digas Nunca não chega nas despedidas.

Time, Hate You!

Aqueles momentos que revejo, que ganhei, que ainda hoje abraço, não quero perder. Custaram tanto, mas tanto a ganhar. Custaram muitos sorrisos entre sol escaldante, custaram muita tentativa de vencer um mundo, custaram muitos orgulhos, muitas palavras envergonhadas até ficarem soltas e enrolarem sentimentos sem medos. Custaram muita saudade. Mas ganhei algo: ganhei o maior de tudo, ganhei aquilo que uma vida não dá a todos. Ganhei-te a ti, como um trunfo único, raro, precioso... direi, sublinharei mesmo - ÚNICO. E custa-me se, toda a cumplicidade que tanto lutamos, diminui e decresce. Custa-me se imagino uma semana, longe, custa-me se a vejo com minutos de silêncio constrangedor. Custa-me mais ainda imaginar um mês, longe. Custa-me imaginar mais, e aí é doloroso demais, e já derramo água, sentimento líquido. Saudade. Hoje tenho-te, não deixes que amanhã te perca. Eu não deixarei.

Império Terra

Sabes, império Terra, estou farta de muita coisa. Estou farta das pessoas não entenderem realmente o que é sentir. Estou farta de ver peitos rasgados, com corações retirados. As pessoas esqueceram-se, agarraram a preguiça e envolveram um mundo de não sentimentalismo. Mas, sabes, não vou ficar desse lado. Eu ainda sou do tempo em que podia agarrar a mão da melhor amiga, correr um jardim de relva verde, cair e rebolar na areia, ficar deitada a dar nomes às nuvens. Ainda sou desse tempo, ó império Terra! E não vou mudar hoje, só porque o mundo virou circo sem palhaço: não vou. Não vou enquanto amar, enquanto souber que o coração que tenho no peito ainda bate. Eu amo, e orgulho-me de poder erguer a mão aos céus com muitos corações de orgulho carregados, protegidos, sobrevalorizados, aos meus ombros. Porque, enquanto os carregar, não vou deixar mais ninguém os enforcar nos problemas desta sociedade malévola.

(...)

"O rapaz lembrou-se de um velho provérbio da sua terra. Dizia que a hora mais escura é a que vem precisamente antes do sol nascer."

Into the Fire


Ouve, por favor.


É bom sentir que, por mais abstracto que se mostre, o Mundo sorri-nos com as suas mãos cheias de gente. São peixes que passam frente à corrente que é a nossa vida. Nós, somos os pescadores. Apenas de nós vem a vontade de dar um passo em frente, abrir boca e coração e engolir multidões de cardumes. Ou então, se o Sol estiver tentador de mais, deixamos a corrente prosseguir, dizendo adeus a todos aqueles peixes que, segundos atrás, nos acenaram.
É engraçado, mas ser pescadora não me agrada. É atirar anzol, pescar peixe, e guardar fechado num aquário. Quase semelhante a ser médico: abrir ferida, curar, e fechar. Acaba o saramento, nunca mais vê o paciente. E isso, não me agrada mesmo. Deixem-me antes ser peixe, deixem-me antes entrar nessa água límpida, deixem-me revirar e cambalhotar de felicidade, rejuvenescer, caminhando de mãos dadas com o meu cardume... sempre.

Wish You Were Here

Nunca mais ouço "Wish you Were Here".
Neste momento, isso mata-me, miúda.
Tem efeitos colaterais muito maus.

{ You know. }