Inside, Out

É como sentir que, se calhar, aquilo que estava lá não foi visto. É como que sentir que a verdade estava naquela palavra, naquela renúncia, e tu não acreditas-te. É como sentir que és não aquilo que querias, mas aquilo que odiavas. É como sentir que caíste, e não sabes se vale a pena levantar.
É como saber que por enquanto não devia valer a pena caminhar.

Happiness

"Sanidade e felicidade são uma combinação impossível." Mark Twain

E então é assim: tudo bem que tenho os meus devaneios comportamentais, psicológicos e até sentimentais (mesmo que os deixe, tantas vezes, muito guardadinhos dentro de mim)... mas, efectivamente, concordo que são eles que trazem um florescer da personalidade que hoje tenho. Não são os meus minutos e horas sentada à carteira, mas sim aqueles em que faço exercícios com pés debaixo do rabo, que marcam a diferença. Marcam a loucura de ser uma recta perpendicular no traçado da vida. Porque hoje, cada vez mais, vejo tudo como um traçado geométrico em que, quem mais erra, mais sai da prisão que um prisma poderia criar numa eternidade.


(Infelizmente, deveriam existir tantos menos prismas
e tantas mais perpendicularidades de vida.)

I want to be...

...like a dog.
{ Lealdade, Sol, Terra, Amizade. }

(É o que dá ver séries estúpidas como Wilfred.)

Wrong Feelings

Há algo cá dentro. Algo demasiado mau, demasiado maquiavélico que me está a chatear. Algo que está a querer meter vendas aos olhos, escurecer coração. Preciso de presenças, já. Preciso do físico, já. Preciso do antídoto, o mais depressa possível.

(Estou realmente assustada.)

Shut Up


Desde quando é que música é feitiço contra feiticeiro?
Dizes demasiadas palavras, agora.

Coisas da Minha Caixa Vermelha

 
Saliento, outra vez, que amo demais.
Acordo de peito descoberto de abraços, demasiado vazio de sorrisos. E começa a dor matinal, aquele "estar" tão desconfortável. Sinto, mesmo fisicamente e não só psicologicamente, aquele aperto cá dentro, o batimento acrescido, a necessidade de ter sentimento, de poder dar esse sentimento, de fazer aquela diferença. Agarro o peito, caio na cama redonda, quero levantar, sem asas cortadas de juízos humanos. Mas - mundo parvo, ó mundo parvo - nunca deixam sem a causa ter consequência. Então continuo, perseguindo o raio de luz que entra no quarto com o olhar, as partículas de pó dançando, o verde do mundo de fora, o escuro do mundo de dentro, fresco pela brisa, rolando ainda de braços em mim. «Acalma-te, acalma-te, tudo pode ser guardado aí dentro, bicho saltitante.» Mas guardar dói, quando o egoísmo é reduzido querendo dizer mais do que as palavras podem mudar, dar mais para fora do que deveria armazenar. Dói, e sinto muito.
E continuei rolando, até o céu azul me desconcentrar o suficiente para o aperto estabilizar.

I need a Hero

Seguras na mão o poder de seres um super herói e não o aproveitas. O que fazer todos os dias? Passivamente, deixas ser o céu o teu limite, e não o teu chão. Poderias tocar os planetas. Poderias, não ir à América, mas fazer a América vir ter contigo. Mas continuas aí, como marioneta pegajenta, colada à pior parede da casa. A luta está na mão de cada um, como espada apontada e dirigida a cada predador.

Sentada na Cadeira

Começa devagar,
entrelaçando pequenos cabelos, brilhando nos olhos, agarrando mãos, juntando corações. Depois avança, mete punhos à boca, vendas nos olhos, farpas nas pernas. Encurrala-te parcialmente, embebeda-te em sonhos negros, puxa-te a respiração para o zero. Sufocas. Mais. Agarra-te membros, puxas, não mexes. Pega-te de pontas a pontas, dita-te já pegadas para os próximos passos, arranca-te roupas, faz-te bobo de corte, pau mandado.


Estou aí, estou ali. Dois conjuntos, demasiado disjuntos. Puxam-te com corda e lencinho, aqueles meus para a esquerda, aqueles meus outros para a direita. Quem sabe, quem não sabe. Quem conhece, quem não conhece. Quem amo e quem eu amo também.

{ I hate nightmares, don't repeat it one more time. But it's happening... again, and again, and again. }